terça-feira, 14 de junho de 2016

A Sala dos Répteis

Após conseguir escapar das garras do Conde Olaf, os Baudelaire finalmente tiveram alguns dias de paz. Isso porque seu novo tutor era um homem bom, chamado Montgomery Montgomery, mas ele pedia para ser chamado de Tio Monty pelas crianças. Os Baudelaire estavam muito felizes em estar ali e passaram momentos alegres na companhia do Tio Monty, mas aquela alegria duraria pouco. Não queria desapontá-lo, leitor, mas os momentos de alegria na vida dos Baudelaire são excepcionalmente raros. No entanto, cada instante de paz na vida tumultuada dessas três crianças era uma benção, um momento para o leitor respirar um pouco. Cada segundo de alegria é valorizado, então, um conselho para você: quando esses momentos chegarem, pare de ler e respire fundo. Vá beber um gole d'água ou tirar um cochilo. Faça qualquer coisa, mas não continue lendo por um tempo para que essas horas de alegria durem o máximo possível, ao menos para você. Então, continuando a falar do livro, os órfãos Baudelaire estavam muito felizes na companhia do Tio Monty. Estavam muito felizes e esperançosos de que a vida deles não terminaria em um fiasco total, afinal. Estavam muito felizes até que a campainha tocou.

Desculpe se o deixei tenso agora. Não são muitas as vezes que consigo deixar a resenha com uma pontada de suspense, por isso interrompi-a quando a campainha tocou. Você deve estar furioso comigo agora, pois estou enrolando em vez de contar quem tocou a campainha, mas eu tinha que aproveitar esse suspense. Desculpe. Não sei se devo continuar ou parar aqui. Eu tinha em mente dois finais diferentes para essa resenha, mas acho que vou terminar assim. A campainha tocou... Agora você vai ter pesadelos, imaginando quem tocou a campainha do Tio Monty, enquanto eu durmo tranquilamente, já que sei quem tocou a campainha e nenhum pensamento ruim me perturba. Não sei se é maldade fazer isso com você, leitor, mas às vezes eu gosto de brincar à sua custa. É que eu fico meio fora de mim quando escrevo. Mas como não vou falar de mim e já terminei de escrever sobre os Baudelaire por hoje, então vou terminar a resenha. Boa leitura!

Título: A Sala dos Répteis
Segundo livro das Desventuras em Série.
Autor: Lemony Snicket
Recomendado a jovens de doze anos.
Texto integral.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Mau Começo

"Se vocês se interessam por histórias com final feliz, é melhor ler algum outro livro. Vou avisando, porque este é um livro que não tem de jeito nenhum um final feliz, como também não tem de jeito nenhum um começo feliz, e em que os acontecimentos felizes no miolo da história são pouquíssimos." - Mau Começo (Capítulo Um, pág. 11).

Isso disse o autor da história, para provar que não sou eu quem está exagerando no azar dos irmãos Baudelaire. Os Baudelaire são as crianças mais desafortunadas do mundo (apesar de elas terem uma enorme fortuna deixada por seus pais e que, lamento dizer, foi a causa de todos os seus problemas). Mas, como Lemony Snicket já disse e eu já enfatizei, esse não é um livro de final feliz. Então, para você não ser movido a ler esse livro pela curiosidade, então é melhor parar de ler imediatamente essa resenha, que está tão cheia de infortúnios quanto o próprio livro.
Mas, pelo visto, você optou por continuar lendo, então vamos lá.

Os Baudelaire eram três - Violet, Klaus e Sunny - e estavam inocentemente brincando na praia, quando chegou o sr. Poe, um conhecido das crianças que tossia o tempo todo. Ele chegara com o simples propósito de dar a eles a notícia que mudaria suas vidas para sempre. Um terrível incêndio levara seus pais e sua casa. Levara as invenções e projetos de Violet, os livros de Klaus, os brinquedos de morder de Sunny, que era ainda um bebê e gostava muito de morder objetos com seus quatro dentes afiados. 
E agora, os Baudelaire estavam dentro de um carro indo morar com um tal de Conde Olaf. Eles nunca haviam ouvido falar de nenhum Conde Olaf, mas aceitaram a proposta calados. Ah, se eles soubessem das desventuras que iam viver por causa daquele homem, teriam corrido para bem longe e nunca mais voltado! Mas isso não aconteceu e os Baudelaire se viram frente a frente com um homem horrível. No lugar das duas sobrancelhas tinha uma única, bem comprida. Seus olhos brilhavam intensamente, o que lhe dava uma aparência faminta e zangada e tinha uma tatuagem de olho no tornozelo esquerdo que parecia vigiar os Baudelaire intensamente. 
Na companhia daquele homem, os órfãos tiveram que fazer as tarefas domésticas, comer mingau frio no café-da-manhã e mal tinham tempo para pensar em si mesmos e em sua situação, quanto mais perceber que seu tutor estava bolando um plano diabólico para roubar sua fortuna. 
E as desventuras em série tinham só começado. 

Apesar de ser um livro interessante, cheio de aventura e suspense, não gostei dele. Gostei de todos os outros doze, mas do primeiro, não. Além de ser um livro um tanto repugnante, devido ao Conde Olaf e sua aparência horrível, eu encontrei um palavrão na nota de rodapé do livro, então o meu conselho é que você não leia o primeiro livro da série. Não fará diferença nenhuma para você, pois todos os livros da série contém a apresentação dos personagens, o que eles estão fazendo ali e por quê. A não ser, é claro, que você esteja amarrado numa cadeira com um homem de pistola na mão do seu lado, mandando você ler todos os livros da série, sem exceção. Mas eu acho - e espero que esteja certa - que esse não é o seu caso. Então ou você não lê o livro ou, se está muito a fim de ler e não há nada que te impeça, evite as notas de rodapé (só há duas e não são nem um pouco importantes). 

Boa sorte!

Título: Mau começo
Primeiro livro das Desventuras em Série
Autor: Lemony Snicket
Recomendado a jovens de doze anos. 
Texto integral.