"Se vocês se interessam por histórias com final feliz, é melhor ler algum outro livro. Vou avisando, porque este é um livro que não tem de jeito nenhum um final feliz, como também não tem de jeito nenhum um começo feliz, e em que os acontecimentos felizes no miolo da história são pouquíssimos." - Mau Começo (Capítulo Um, pág. 11).
Isso disse o autor da história, para provar que não sou eu quem está exagerando no azar dos irmãos Baudelaire. Os Baudelaire são as crianças mais desafortunadas do mundo (apesar de elas terem uma enorme fortuna deixada por seus pais e que, lamento dizer, foi a causa de todos os seus problemas). Mas, como Lemony Snicket já disse e eu já enfatizei, esse não é um livro de final feliz. Então, para você não ser movido a ler esse livro pela curiosidade, então é melhor parar de ler imediatamente essa resenha, que está tão cheia de infortúnios quanto o próprio livro.
Mas, pelo visto, você optou por continuar lendo, então vamos lá.
Os Baudelaire eram três - Violet, Klaus e Sunny - e estavam inocentemente brincando na praia, quando chegou o sr. Poe, um conhecido das crianças que tossia o tempo todo. Ele chegara com o simples propósito de dar a eles a notícia que mudaria suas vidas para sempre. Um terrível incêndio levara seus pais e sua casa. Levara as invenções e projetos de Violet, os livros de Klaus, os brinquedos de morder de Sunny, que era ainda um bebê e gostava muito de morder objetos com seus quatro dentes afiados.
E agora, os Baudelaire estavam dentro de um carro indo morar com um tal de Conde Olaf. Eles nunca haviam ouvido falar de nenhum Conde Olaf, mas aceitaram a proposta calados. Ah, se eles soubessem das desventuras que iam viver por causa daquele homem, teriam corrido para bem longe e nunca mais voltado! Mas isso não aconteceu e os Baudelaire se viram frente a frente com um homem horrível. No lugar das duas sobrancelhas tinha uma única, bem comprida. Seus olhos brilhavam intensamente, o que lhe dava uma aparência faminta e zangada e tinha uma tatuagem de olho no tornozelo esquerdo que parecia vigiar os Baudelaire intensamente.
Na companhia daquele homem, os órfãos tiveram que fazer as tarefas domésticas, comer mingau frio no café-da-manhã e mal tinham tempo para pensar em si mesmos e em sua situação, quanto mais perceber que seu tutor estava bolando um plano diabólico para roubar sua fortuna.
E as desventuras em série tinham só começado.
Apesar de ser um livro interessante, cheio de aventura e suspense, não gostei dele. Gostei de todos os outros doze, mas do primeiro, não. Além de ser um livro um tanto repugnante, devido ao Conde Olaf e sua aparência horrível, eu encontrei um palavrão na nota de rodapé do livro, então o meu conselho é que você não leia o primeiro livro da série. Não fará diferença nenhuma para você, pois todos os livros da série contém a apresentação dos personagens, o que eles estão fazendo ali e por quê. A não ser, é claro, que você esteja amarrado numa cadeira com um homem de pistola na mão do seu lado, mandando você ler todos os livros da série, sem exceção. Mas eu acho - e espero que esteja certa - que esse não é o seu caso. Então ou você não lê o livro ou, se está muito a fim de ler e não há nada que te impeça, evite as notas de rodapé (só há duas e não são nem um pouco importantes).
Boa sorte!
Título: Mau começo
Primeiro livro das Desventuras em Série
Autor: Lemony Snicket
Recomendado a jovens de doze anos.
Texto integral.