Esse livro contém duas histórias muito interessantes e cheias de aventuras. A capa corresponde à primeira história e o título, à segunda.
A primeira história fala de um índio guarani de nome Sapoetê. Certa vez, concentrado em acertar uma flecha num bando de jacus que estavam próximos a eles, índio foi se distanciando da taba e adentrando na mata e, antes que se desse conta, estava no território de seus inimigos: os guaicurus. E eles não demoraram a aparecer! Sem poder resistir, Sapoetê foi logo preso. Mas também não demorou muito para fugir. Logo se viu longe dos guaicurus, mas perto dos brancos. Na verdade os brancos eram só dois: Francisco Pedroso e um amigo. Eles simpatizaram com Sapoetê e, por entenderem um pouco do guarani, ouviram sua história e resolveram ajudá-lo a voltar à sua taba. Mas isso teria que ficar para depois. Francisco Pedroso e seu amigo estavam numa temporada de caça por ali e já estavam por partir, portanto Sapoetê teria que voltar com eles a São Paulo até que eles voltassem para mais uma temporada de caça. Nesse ínterim, Sapoetê teria tempo de viver algumas boas aventuras com Chico Pedroso.
A segunda história aconteceu há muitos anos, quando as casas, ruas e avenidas de São Paulo não passavam de campos e matas. Os portugueses que vinham para o Brasil preferiam ficar na costa, na Bahia, em São Vicente. A terra imensa que poucos brancos atreviam explorar era dos índios.
Entre esses índios havia um curumim. Por enquanto ele não tinha nome. Teria que praticar alguma façanha para ganhá-lo. Esse curumim, de tanto cair e se jogar no rio, aprendeu a nadar. A nadar e a mergulhar bem como um peixe. Deram-lhe então o nome de Piáu, que significa "peixe" na língua geral dos índios. Piáu, dentre tantas outras coisas, aprendeu também que covarde era aquele que temia a morte. Um indiozinho aprende logo como se deve enfrentar a morte e que vergonhoso é mostrar qualquer fraqueza ao inimigo. Isso Piáu aprendeu bem e terá a chance de mostrá-lo em breve. Visitara certa vez a taba um branco com seu filho Maneco. Maneco e Piáu ficaram muito amigos. Os dois acabaram capturados juntos por uma tribo inimiga: os tamoios. Os tamoios queriam engordá-los para depois comê-los. Que desespero tomou conta do pobre Maneco! E Piáu? Como suportou esse duro destino? Terão conseguido escapar? Se sim, como? Essa história promete uma aventura emocionante!
Acredito que essa resenha tenha ficado um pouco grande, mas eram duas histórias para contar história, o que justifica o tamanho. Gostei muito das duas histórias. Aprendi bastante! Na segunda história, fala também da catequização dos índios, o que é bem interessante. Cita-se nomes de padres que ergueram escolas, ensinaram os índios e até dos que tentaram ensinar os tamoios. A leitura é bem simples e fácil de entender, mesmo havendo algumas palavras indígenas. O livro não é grande, tem 110 páginas, apenas.
Título: Curumim sem nome
Autor: Balthazar de Godoy Moreira
Recomendado a partir de dez anos.